terça-feira, 9 de abril de 2013

onde os perdidos se encontram

chegado salvador
o messiânico da noite

refluxo
a garganta arde

pra que voltar pra casa?
quem disse que eu não tenho asa?

9h em ponto na praça
topo os conhecido

descontração

o sogrão dela tava lá
enchendo o saco do bebim que batucava na mesa

(minha cabeça tá balão até agora) é o dia pro outro

o chegado derruba a cerveja inteira
a primeira

foi pro santo
foi pro saco

e o sertanejão rolando forte

os perdidos se encontram

deu o pião no aeroporto
desnorteado giro

contínua peleja

costurar as ruas do centro
os becos
botecos
mais cerveja

gosto de pensar no lado romanesco
na chuva fina que despenca

os menestréis mofados
exalando aquele perfume gorduroso

"qual é o seu nome?"
- meu nome é trezentos conto

garupa da biz

"onde cê mora?"
pega a marginal e vai embora

impregnado pelo costume
sem vergonha
de entornar recreios e rabiscos

fiz mais um amigo hoje!




quinta-feira, 4 de abril de 2013

04/04 = 08 meses

Antes, nem era tudo isso que é hoje.
Surtei, e daí?!
Tive meus momentos de inlucidez, sim.
Quero dizer, "eu sou assim mesmo", normal, mas, minha consciência grita comigo, ela fala gritando comigo agora, (sabia?)(... e eu falo com ela também, as vezes até em voz alta).
Já viu mudo falar? Eu conheço um que fala.

Já era h-ora! O tempo é agora!

Explosão infantil dentro de carcaça velha, quando a poeira abaixa sobra merda pra todo lado.

A consciência ralha:
- seu bosta rala!

Durante a caminhada para o surto, nunca tirei da mira a estética.
Dizem por aí que ela venceu a ética.

Então, me deixa cambalear com classe, aquela classe sôfrega de quem foi assaltado e teve o carro (propriedade de luxo popular) levado por mãos intempestivas. Vigésima sexta prestação das 60 parcelas do financiamento. Roubado na porta do banco porque foi pagar a vigésima sétima infeliz prestação. Não havia seguro e o segurança do banco não pode fazer nada.

"é culpa do sistema"

Depois vem a mãe da gente. Quando a gente tem mãe de verdade é outra história, é-ter uma heroína em casa, e abraça, e diz assim: "você podia tanto estar tomando uma belo café da manhã (sacou?) ao invés de tomar esse sal de Andrews com Engov logo cedo". A voz fluida como um rio perene, um Tocantins vocal. Conversa em outro dialeto, é o dialeto desleitado das mães desapontadas.

- A lua fica (É) sempre mais bonita quando se está matando a sede sem moderação. Ela deixa de ser somente satélite, não é, mané?!

O impulso explosivo do desejo abortado machuca tanto quanto borboletas no estômago. Faz cócegas até a morte.

Qual é a confusão desencadeadora?

Cheguei na porta da percepção ontem a noite (de atalho). Estava trancada. O que fiz em seguida?

Consegui! Usurpei da imbecilidade cósmica.

Fiquei esperando na calçada do jardam alguém aparecer pra abrir a porta.

- Nada aconteceu, mas tudo mudou.

Foi quando percebi que eu já estava dentro, e não fora como pensava.

Pensar pra fora!

Isso sim é o dom divino.

No entanto, a providencia divina termina onde começa o acaso. E nem dá pra dizer onde termina uma e começa outra.

Acaba mal acabado.

- Homem: matéria prima do caos.